Instrumentos de Avaliação
Versão Portuguesa da "Escala de conhecimento em Saúde Mental" (MAKS)
A MAKS tem como objetivo avaliar o conhecimento relacionado com a saúde mental. O instrumento avalia e monitoriza o estigma relacionado com a doença mental na população e geral e pode ser utilizado para avaliar o impacto de intervenções orientadas para a redução do estigma. A MAKS pode ser administrada pessoalmente ou online e o tempo médio para o seu preenchimento é de cerca 1-2 minutos. A MAKS encontra-se dividida em duas partes: a 1ª Parte é constituída pelas afirmações “1 a 6” e aborda fatores relacionados com a saúde mental: emprego, procura de ajuda, reconhecimento, apoio, tratamento e recuperação. A 2ª Parte é constituída pelas afirmações “7 a 12” e permite estabelecer níveis de reconhecimento e familiaridade relativamente a várias condições. Todas as respostas são cotadas de 1 a 5 pontos, correspondendo o “1” ao “discordo fortemente” e o “5” ao “concordo fortemente”. A questões 6, 8 e 12 são invertidas e, portanto, devem ser pontuadas inversamente. A pontuação total da escala é obtida somando a totalidade dos pontos obtidos nos 12 itens, variando o resultado possível entre 12 (menor conhecimento) e 60 pontos (maior conhecimento).
Versão Portuguesa do "Instrumento de Avaliação dos Custos da Discriminação" (CODA)
O instrumento de Avaliação dos Custos da Discriminação (CODA) tem como propósito estabelecer o impacto da discriminação e do estigma relacionados com a saúde mental em 5 áreas distintas: emprego; discriminação em instituições financeiras ou habitação; receber ou evitar serviços devido ao estigma ou discriminação; aquisição de serviços de saúde privados por causa do estigma ou discriminação; participar ou evitar atividades de lazer devido ao estigma, através da recolha de informações a pessoas com experiência de doença mental (Wright, Henderson, Thornicroft, Sharac, & McCrone, 2015).
O CODA inclui questões de vários tipos: questões de carácter dicotómico “sim”, “não” ou “não aplicável”; questões de resposta aberta e questões resposta quantitativa. Algumas perguntas referem-se a toda a vida do participante até ao momento, enquanto outras cobrem um período retroativo de 6 meses (Wright, Henderson, Thornicroft, Sharac, & McCrone, 2015).
Versão Portuguesa da "Escala de Comportamento Discriminatório perante a Doença Mental" (RIBS)
A escala de avaliação “Escala de Comportamento Discriminatório perante a Doença Mental” (RIBS) tem como objetivo avaliar o comportamento relacionado com o estigma face à doença mental nas experiências vividas e perspetivas em relação às pessoas com problemas de saúde mental. É constituído por 8 questões de escolha múltipla subdivididas em 2 componentes distintas: 4 questões avaliam as experiências já vividas com pessoas com problemas de saúde mental e 4 questões avaliam as perspetivas em relação ao futuro na vivência com pessoas com problemas de saúde mental. As primeiras 4 questões são de escolha múltipla com opções de resposta “Sim”, “Não”, “Não sei” e as últimas 4 questões são respondidas através de uma escala de tipo likert com 6 opções de resposta, sendo elas “Discordo totalmente”, “Discordo”, “Não concordo nem discordo”, “Concordo”, “Concordo totalmente” e “Não sei”. Esta escala poderá ser usada em conjunto com outros parâmetros de avaliação de atitude e comportamento da população em geral.
Versão Portuguesa do "Questionário sobre a Antecipação da Discriminação" (QUAD)
O Questionário sobre a Antecipação da Discriminação (QUAD) tem como objetivo avaliar até que ponto pessoas com problemas de saúde mental antecipam ser discriminadas em 14 áreas de vida. É constituída por 14 questões, cotadas através de uma escala de tipo Likert com 4 opções de resposta, sendo elas, “discordo totalmente”, “discordo”, “concordo” e “concordo totalmente”. Relativamente às cotações, é atribuída a cotação de 0 pontos para a resposta “discordo totalmente”, 1 ponto para “discordo”, 2 pontos para “concordo”, e por fim, 3 pontos para “concordo totalmente”. Posto isto, quanto maior for a pontuação, maior é a antecipação da discriminação (Gabbidon et al., 2013). A investigação tem demonstrado que o QUAD é um questionário compreensível, confiável e válido.
Versão Portuguesa do "Inventário da Experiência de Cuidar" (ECI)
O Inventário da Experiência de Cuidar é um instrumento de autorrelato que têm como objetivo avaliar o estigma sentido por cuidadores informais de pessoas com doença mental. A ECI é constituída por 66 itens, agrupados em dois domínios, a subescala negativa e a subescala positiva. A subescala negativa é composta por 8 subdomínios (52 itens) que incluem: dificuldades de comportamento, sintomas negativos, estigma, problemas com os serviços, efeitos na família, necessidade de apoio, dependência e perda. A subescala positiva da ECI é constituída por 2 subdomínios (14 itens): experiências pessoais positivas e boa relação com a pessoa com problemas de saúde mental. As respostas são cotadas numa escala de Likert de 4 posições, entre 0 (nunca), 1 (raramente), 2 (às vezes), 3 (frequentemente) e 4 (quase sempre). Nesta escala a obtenção da pontuação máxima na subescala negativa, significa que o seu grau de satisfação relativamente aos itens avaliados é baixo. Já na subescala positiva a obtenção de pontuação máxima, ou seja, cotar todos os itens com 4 (quase sempre), significa que o nível de satisfação relativamente aos itens avaliados é alto. Assim a avaliação final será feita através da classificação obtida nos diferentes subdomínios, indicando-nos deste modo, o grau de satisfação, as dificuldades, os constrangimentos e o estigma associado aos cuidadores informais de pessoas com doença mental.
Versão Portuguesa do Instrumento "Atitudes da Comunidade Relativamente à Doença Mental" (CAMI)
Este instrumento de avaliação tem como propósito a recolha de informações relativas a atitudes e pensamentos da população em geral, com idades superiores a 16 anos relativamente ao estigma em torno de pessoas com experiência de doença mental. Está concebido sob a forma de questionário, com afirmações constituídas de forma a permitir a quem o preenche, colocar-se em diferentes situações e contextos onde existam pessoas com doenças mentais, bem como a sua opinião acerca da presença de pessoas com experiência de doença mental em determinados cargos de trabalho, instituições e comunidades terapêuticas. É composto por 27 itens (14 orientados na positiva e 13 na negativa), com respostas de escolha múltipla entre "Concordo Fortemente" ou "Discordo Fortemente", numa escala de Likert de 1 a 5 em que apenas se pode assinalar uma opção: “1 = Concordo Fortemente; 2 = Concordo Ligeiramente; 3 = Não Concordo Nem Discordo; 4 = Discordo Ligeiramente; 5 = Discordo Fortemente”. A pontuação mínima adquirida é de 27 pontos e a máxima de 135 pontos.
Versão Portuguesa do “Questionário de Atribuição” (AQ 27)
O instrumento de avaliação Questionário de Atribuição (AQ 27) tem como objetivo avaliar nove estereótipos sobre as pessoas com doença mental: Responsabilidade (as pessoas têm o controle dos sintomas e é-lhes atribuída a culpa pela sua doença mental), Pena (as pessoas são ultrapassadas pela própria doença e são assim dignas de preocupação e piedade), Irritação (as pessoas são as culpadas pela sua doença e provocam ira e raiva), Perigosidade (as pessoas com doença mental não são seguras), Medo (as pessoas com doença mental são perigosas), Ajuda (as pessoas com doença mental necessitam de assistência), Coação (as pessoas são obrigadas a participar na gestão da medicação e noutros tratamentos), Segregação (as pessoas são enviadas para instituições longe da sua comunidade) e Evitamento (as pessoas com doença mental são afastadas da vida em sociedade). O AQ-27 é constituído por uma vinheta com a descrição de um caso de uma pessoa com Esquizofrenia: “O José é um homem com 30 anos de idade, solteiro e com Esquizofrenia. Às vezes ouve vozes e fica perturbado. O José vive sozinho em um apartamento e trabalha como estafeta em um grande escritório de advogados. Já foi internado seis vezes devido à sua doença”, seguindo-se 27 afirmações cotadas por uma escala de Likert de 9 posições, em que o 1 corresponde maioritariamente à resposta “não ou nada” e o 9 a “muito ou completamente”. É de referir que as perguntas relativas à dimensão Evitamento apresentam uma cotação invertida. O questionário contém ainda vinhetas alternativas, correspondentes a variações nas características da doença mental descrita, nomeadamente níveis de gravidade diferentes.
Versão Portuguesa do “Questionário de Atribuição - Crianças” (AQ 8-C)
O instrumento de avaliação Questionário de Atribuição - Crianças (AQ 8-C) é de autopreenchimento e consiste na versão simplificada, traduzida e adaptada à faixa etária mais jovem (10 aos 18 anos) do “Questionário de Atribuição – AQ 27” de Corrigan (2004). Tal como o instrumento original, tem como objetivo avaliar, de forma global e quantitativa, a variável estigma, contudo este último avalia através de oito domínios/estereótipos: Pena, Perigosidade, Medo, Culpa, Segregação, Raiva, Ajuda e Evitamento. De forma de avaliar todos estes domínios é apresentado um pequeno texto acerca de um rapaz com doença mental: “O Pedro é um aluno novo na tua turma. Antes do seu primeiro dia, o seu professor explicou que o Pedro apresentava problemas mentais e foi transferido de uma escola especial”, seguido de oito quesrões. Cada questão corresponde a um dos estereótipos referidos e todas as questões são cotadas com recurso a uma escala de Likert, sendo que o 1 representa “não, de modo algum” e o 9 “sim, com toda a certeza”. Quanto maior a pontuação em cada um destes domínios, maior será a atitude estigmatizante para a pessoa com doença mental.